Thursday, February 27, 2014

do verbo escaquilhar para trash

no princípio era a quinquilharia poética (p. não sei)
 rolos de tinta maquiavélicos acabados de revelar
há sempre alguém que diz trash
é só luxo


Novidades bibliográficas acabadas de arremessar: Bruno Ministro, quinquilharia audio-sonora de jazz poético da melhor espécie, edição de autor, 2014, o ano em que a NASA revelou que descobriu mais 715 planetas. Sem ISBN, não vá o googlism, que é o "motor de cruzamento e pesquisa" usado pelo Bruno, pegar-lhe de preceito. A encomenda foi depositada e achada na caixa do correio numa manhã infernal de nevoeiro no exílio cá onde o/as poetas são quase todo/as comunistas e as teses de doutoramento vai-te-embora-prá-emigração-e-não-leves-a-mala-de-papelão não deixam ficar muito. Cá onde não sopram brisas nos 40 graus centígrados à sombra e o aeroporto na-na-na, não dá jeito. Cá onde apoiar marginais nano-(in)viso-coisos, é o que me assiste. Juros e divisas à parte, o Bruno Ministro é amigo, companheiro das candongas poéticas e dos submarinos colectivos de poesia em Coimbra & parafernálias virtuais afins. Acaba de me chegar a sua última quinquilharia de esbardalhar poesia e dizer "o caos é", "sempre é" (((p. 4)))*, pois é, com direito a alguns alvéolos de inspiração-transpiração frenética que vai atirar com um caco, "bam!" (está em todo o lado), os concepto-piolhos da poesia lírica & confessional. O Bruno que é só Ministro mas devia ser Presidente da comunidade in-vitro-veritas de poesia, é o poeta visual e intermédia que mais gosto de ler. E dá-lhe com a alma de cyborg-poeta a esbracejar no lamaçal-lodaçal das leyas e loyas à literatura pop-star. O Bruno ainda não viu os Sopranos mas é como se visse. 
E escaquilha-lhe-se assim o exílio do/as poetas extraviados nos arrabaldes de Brasov (lá para os lados da Ucrânia, segundo o Bruno). É que nos subúrbios negros às escuras onde o "abismo é [só] uma peça breve" (((p. 1))) [o só é meu!], o rock-em-stock-de-página do Bruno não serve para nada. Mal a mal, um tasco-tal-qual-um-Miró (que isto é poesia visual, jesus senhor!). Em todo o caso, do Brunov-lá-em-Brasov à Sandrov-cá-em-Sukov (nome rítmico para o Alentejo Catarina-Aljubarrota-te!) vai uma "flauta dardejada" (((p. 8))) e uma hiperligação-de-escaquilhar-teoria(s) & demais manias. E um livro com "fel nas cúpulas" (p. ∞) não dá direitos de autor mas tem muito que se lhe diga e faz-se-lhe-uma-fisga que não é preciso escrever muito, é só: acertar a direito. A poesia é simples e tem apenas 11 páginas de mapas sin-tónicos. Que isto não vai lá com "suplementos de ferro" (((p. 3))) ou poesia-de-artilharia, a gente já sabe. Mas "apoiar marginais não dá direito a entrar no sorteio de lixo de carros de luxo", pois não. E era bom que à hora-do-sermão-até-mais-não lá pelas nove & quinquilharia, tocássemos um "acordeão cromático" ((((p. 10))) sobre o assunto, leia-se mover-se pela desordem poeticamente assistida e expelir-se o mal pelas bocas. Isto não é poesia empreendedora. E muito menos de pacote. Entre parênteses [incor]rectos, com as antenas p'ra fora. Ah, a literatura de pacotilha. Cada Tordo, cara melro. 


* - descodificação discográfica: ((())) é o símbolo na candonga poética para Buraco Negro Papel-Virtual, que é esse papel dos livros que a fortuna digital não deixará durar muito. 

Friday, February 7, 2014

O Tempo em Ruínas

Instalação "Na Luz ou essa Sombra: o Tempo em Ruínas", na Biblioteca Municipal de Cuba - 3 a 8 de Fevereiro de 2014 | Fotografia de Nuno Dias e Poesia de Sandra Guerreiro Dias